Os lipídeos
da dieta são hidrolisados durante o processo digestivo por ação catalítica de
enzimas. Para que as enzimas possam atuar, é necessário um pH e temperatura
adequados. A secreção do ácido clorídrico pelas células parietais do estômago
tem grande importância. Este ácido é neutralizado pelo bicarbonato, presente no
suco pancreático e na bile. A emulcificação das gorduras, isto é, dispersão em
gotículas, por ação dos sais biliares e dos fosfolipideos também são
determinantes para a hidrólise dos lipídeos.
A digestão
de lipídeos começa na boca, com uma enzima presente na saliva, a lipase
lingual. Esta enzima inicia o processo de digestão de ácidos graxos de cadeia
curta ou média (até 12 carbonos). Em seguida, a lipase gástrica secretada pela
mucosa gástrica, também age nos triglicerídeos. O ácido clorídrico é segregado
pelas células parietais do estômago e o pH apropriado varia de 1 a 2, isto é,
um meio ácido. (O pH é medido numa escala de 0 a 14. Numa medição de 0 a 6,9 o
pH de determinada substância é considerado ácido. Um substancia neutra
apresenta pH igual a 7. E um pH de 7,1 a 14 a substância corresponde a uma
base). O processo envolve a conversão do gás carbônico (CO2) em
ácido carbônico (H2CO3) por ação catalítica da enzima anidrase carbônica e a
subsequente dissociação do ácido carbônico em HCO3- + H+ no citoplasma das células parietais do
estômago. No pólo apical (parte que fica em contato com a substância) destas
células, a enzima ATPase catalisa a troca de H+ que sai (contra
gradiente), por K+ que entra
(também contra gradiente). A componente exergônica do processo é a hidrólise do
ATP. Assim,
quando as células parietais são estimuladas a segregar ácido clorídrico, o
bicarbonato que resultou da dissociação do ácido carbônico vai alcalinizar
(tornar o pH básico) o plasma sanguíneo. As células que forram o estômago não
são normalmente agredidas pelo ácido porque estão protegidas por um muco. O pH
ácido do estômago tem importância porque
é o pH adequado para a ação das enzimas digestivas que lá atuam, como a lipase,
pepsina, histamina...).
No
duodeno, o ácido do estômago é neutralizado pelo HCO3-
dos sucos pancreático e biliar. O pH 7-8 do lúmen intestinal é adequado para a
ação das enzimas digestivas pancreáticas e intestinais.
A
emulsificação (dispersão em gotículas) das gorduras é um passo importante na
digestão dos lipídeos. Emulsificar significa diminuir o tamanho de tais gotículas.
Esta diminuição faz com que aumente a superfície de contato entre os locais que
estão as enzimas. No processo de emulsificação participam substâncias que têm “ação
detergente”, pois os detergentes são substâncias com propriedades anfipáticas,
isto é, possuem uma parte hidrofóbica que se conecta a molécula de gordura e
outra hidrofílica, que se conecta a molécula de água. Na digestão de lipídeos são
importantes os sais biliares, produzidos no fígado, os fosfolipídeos da dieta e
da secreção biliar assim como os próprios produtos da digestão dos lipídeos.
É importante ter em mente que as enzimas envolvidas na digestão destes macronutrientes são todas esterases
(catalisam a rotura hidrolítica de ligações éster) e em todos os casos um dos
produtos é um ácido graxo.
Mas além do ácido graxo, outras moléculas são obtidas como produto. Mas deixaremos pra falar sobre cada uma e o destino delas no próximo post. Voltaremos a nos encontrar só em 2013. Até lá, divirtam-se e um excelente Ano Novo!!!
Referências bibliográficas:
http://quimica10.com.br/ acessado em 24 de dezembro
Imagens retiradas do Google com adaptações
POSTADO POR: CAROLINE M. LOPES
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