quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Cetose




O fígado utiliza o acetil-CoA tanto para encaminhá-lo para o ciclo do oxaloacetato quanto para a produção de corpos cetônicos. Mas, quando há excesso de acetil-CoA originado da β-oxidação, são produzidos corpos cetônicos (os principais são acetoacetato,  β-hidroxibutirato e acetona). Isso ocorre quando não há oxaloacetato suficiente para reagir com grandes quantidades de acetil-CoA. O oxaloacetato é produzido durante a glicólise, formado a partir do piruvato, em uma reação catalisada pela piruvato-carboxilase.


Uma situação como essa pode ocorrer quando um organismo apresenta alta ingestão de lipídeos e baixa ingestão de carboidratos, mas existe outras causas possíveis, como inanição e diabetes. Nas condições de inanição o organismo decompõem gorduras para obter energia, causando o aumento de acetil-CoA. No caso dos diabéticos, a causa do desequilíbrio não é o consumo inadequado de carboidratos, mas sim, a incapacidade de metaboliza-los. O odor de acetona pode ser frequentemente detectado no hálito de diabéticos. O excesso de acetoacetato e consequentemente acetona, constitui uma condição patológica conhecida como cetose. Como o acetato e o β-hidroxibutirato são ácidos, sua presença em concentração elevada ultrapassa a capacidade de tamponamento do sangue. O organismo lida com a redução de pH sanguíneo (cetoacidose) excretando H+ na urina, acompanhado pela excreção de Na+ e K+ e agua. Pode ocorrer uma grave desidratação, e por isso a sede é um dos principais sintomas da diabetes.

O principal local de síntese de corpos cetônicos são as mitocôndrias hepáticas, porém, tais compostos não são utilizados por lá, porque o fígado não possui as enzimas necessárias para recuperar acetil-CoA dos corpos cetônicos. Os corpos cetônicos são facilmente transportados pela corrente sanguínea porque ao contrario dos ácidos graxos, eles são solúveis em água e não precisam estar ligados a proteínas como a albumina sérica.

 Embora a glicose seja a fonte preferida de energia dos órgãos e tecidos, o acetoacetato pode ser usado como tal. No músculo cardíaco e no cortéx renal, o acetoacetato é a fonte preferida de energia. No cérebro, condições de inanição podem levar ao uso de acetoacetato como fonte de energia. Nessas condições o acetoacetato é convertido em duas moléculas de acetil-CoA, que podem entrar no ciclo de Krebs.

Referências Bibliográficas: 
Livro: Bioquímica - Volume 1- Bioquímica básica, de Mary K. Campbell e Shawn O. Farrell. 5° Edição norte americana. Capítulo 21 (Metabolismo de lipídeos).

Imagem retirada do Google

Postado por: Caroline M. Lopes

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